Institucional
O Galpão da Lapa é o resultado de uma relação de muitos anos com a produção artística brasileira, concebido com o objetivo de ampliar o público que tem acesso a uma coleção privada. Desde que iniciamos a adquirir obras de arte, há cerca de trinta anos, buscamos reunir trabalhos que nos parecessem relevantes para a compreensão da cultura do nosso país.
Depois de alguns anos, percebermos que não éramos mais compradores, e sim, colecionadores, e que isso envolvia algumas responsabilidades: decidimos que a coleção não poderia ficar estática nas paredes e nos cômodos da casa, e construímos um depósito para guardar alguns dos trabalhos, pensando em revezar os trabalhos expostos em casa. A coleção seguiu crescendo, e nos deparamos com a dificuldade, logística e afetiva, de retirar das paredes alguns dos trabalhos mais queridos ou de maiores dimensões.
Em 2001 inauguramos um espaço expositivo dedicado à obra de artistas mais jovens, como Beatriz Milhazes, Adriana Varejão e Ernesto Neto, entre outros. O “Apartamento da São Luiz”, antiga residência do saudoso amigo e marchand Marcantônio Vilaça foi reformado com a ajuda do arquiteto Felippe Crescenti e convertido em espaço expositivo. Ao longo dos últimos 20 anos, expusemos ali obras dos artistas que íamos incorporando à coleção com o intuito de oferecer a amigos e interessados, compatriotas e estrangeiros, uma perspectiva sobre a produção artística brasileira.
Quando o apartamento também ficou pequeno, em 2017, sentimos a necessidade de termos um espaço amplo o suficiente para expor obras de grandes dimensões e armazenar parte da coleção. Buscamos mais uma vez a ajuda de Felippe Crescenti e, em parceria com Sophia Whately, nossa incansável gerente da coleção, esse sonho se realizou: nascia o Galpão da Lapa.
Se as obras no Apartamento da São Luiz nunca foram organizadas a partir de uma curadoria específica, no caso do Galpão da Lapa, tendo em vista a escala do espaço e o desejo de buscar uma visitação mais ampla, desde o começo convidamos curadoras e curadores a fazerem leituras da coleção. Vimos nisso a oportunidade, que esperamos compartilhar com um público cada vez maior, de alimentar o conhecimento e a convivência com o universo tão fascinante da arte brasileira.
Andrea da Veiga Pereira
José Olympio da Veiga Pereira